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Jornalistas são de esquerda?

  • Foto do escritor: Augusto Jatobá
    Augusto Jatobá
  • 3 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de jun. de 2022


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Tiago Leifert é um competente jornalista, ex-Globo. O que ele disse em recente entrevista ("100% dos jornalistas são de esquerda") é uma força de expressão. Obviamente nem todos são de esquerda. Mas o viés de esquerda é predominante nos meios de comunicação.


Entre os colegas de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, em meados dos anos 80, estava Mônica Bérgamo, hoje articulista da Folha de S. Paulo. Como quase todos que foram trabalhar na velha mídia, esquerdistas convictos. Aliás, ninguém se dizia de direita neste país. A ideia que predominava era de que a esquerda era "a favor do povo, da liberdade e da ética" e a direita contra todas essas virtudes. Puro maniqueísmo!


Anos antes havia cursado Direito na UFPE. Lá também a maioria se identificava como de esquerda. Foi lá que tive o primeiro contato com os ideais marxistas. Confesso, era ingênuo e desinformado. Absorvia, como uma esponja, as "verdades estabelecidas". De repente, já me encontrava em uma espécie de "cruzada do bem" para salvar o país dos malvados capitalistas e do imperialismo ianque que explorava e mantinha a maioria do povo na miséria.


Dentre os professores de jornalismo, lembro que apenas um, Carlos Alberto Di Franco, era conservador. Na UFPE, poucos mestres não defendiam a esquerda. Obviamente, os alunos não gostavam desses. A doutrinação sobre as virtudes do socialismo e os males do capitalismo, desde aquela época (anos 70 e 80), já estava consolidada no meio universitário, pelo menos na área de humanas.


No poder, a esquerda na América Latina (ou governos populistas e demagogos, que se diziam de centro ou até de direita), invariavelmente, causam prejuízos à economia, por conta de políticas irresponsáveis (controle de preços, estatização, controle dos meios de comunicação, etc.), além de corrupção sistêmica, como foi o caso dos governos petistas. Muitas vezes essas políticas causam ganhos imediatos, mas como não se sustentam, acabam por deixar, a médio prazo, a população ainda mais pobre e endividada.


Percebi, finalmente, que narrativas sempre esbarram em fatos. Depois de defender com ardor, fazer campanhas e até assessorar parlamentares esquerdas. Aos poucos fui observando as contradições e enxergando a realidade. Logo me dei conta do equívoco em apoiar a esquerda, sobretudo em razão do fracasso das experiências socialistas ou de viés socialista (não deu certo em lugar nenhum!) e, por outro lado, o sucesso dos países que optaram pela ampla liberdade econômica.


Aí ficou fácil entender e comparar Cuba x Costa Rica; Coreia do Norte x Coreia do Sul; Alemanha Oriental (DDR) x Alemanha Ocidental; Botswana x Zimbábue; China (antes de aderir ao capitalismo) x Hong Kong, etc. Todas essas comparações acima são de países com histórias e povos similares. A diferença foi o caminho econômico que seguiram. Os que optaram pelo capitalismo, com ampla liberdade econômica, tiveram maior desenvolvimento e melhor padrão de vida da população do que os que optaram por regimes socialistas, de viés socialista ou populista.


Mas os jornalistas, majoritariamente, de esquerda, não gostam, não entendem ou não se interessam por esse debate. Preferem alimentar o sonho de que o "verdadeiro socialismo ainda será implantado". Embora, na prática, só tivemos pesadelos, como o fracasso das experiências socialistas do leste europeu e no resto do planeta, assim como o chavismo da Venezuela e o peronismo da Argentina.


Para concluir, deixo aqui uma reflexão: socialismo não funcionou em lugar nenhum do planeta, nem mesmo entre os organizados alemães (DDR), será que vai funcionar entre os desorganizados brasileiros?





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